O complexo de vira-lata de Nelson Rodrigues parece ser evidente quando comparamos a ajuda monetária que Notre Dame recebeu dos brasileiros e a ajuda que o Museu Nacional recebeu destes mesmos. É verdade, mas por outro lado não se pode julgar, em um mundo neoliberal, o que cada indivíduo faz com o seu dinheiro, principalmente quando o assunto é doação a tragédias.
O viralatismo é sentir-we vítima e ao mesmo tempo faz o sofredor querer ser quem ele considera superior. Discutir o motivo de Lily Safra ter doado para um e não para outro já demonstra que o brasileiro vive em um estado de vitimismo, de se enxergar inferior a outros países. Interesses para a doação são muitos, principalmente, econômicos. Mas isso não vem ao caso, agora. Nesta discussão quem reclama sofre por se sentir inferior e quem defende, argumenta atacando a burocracia brasileira de doação, argumento esse um tanto exagerado.
No Brasil, ninguém está fora da síndrome do vira-lata, todos nós brasileiros temos esta tendência mal-educada. Mas não é somente pela escolha de Lily que vemos isso, a própria negligência pelo qual o Museu Nacional foi tratado durante anos, com pouca verba, incentivo e desvios irregulares também são reflexos do brasileiro que tem esse “ar” de malandro.
Não há nada mais malandro e vira-lata neste país do que os nossos corruptos. Não podemos esquecer ainda que por se sentir inferior aos outros, a vítima ou o vira-lata tenta sempre arranjar um jeito de sobreviver, e normalmente é por algum tipo de manipulação, no caso do Brasil, a corrupção é generalizada.
E isso não é culpa de um ou outro partido, afinal a política brasileira não se renovou nas últimas eleições, isso significa que o poder ainda está nas mãos dos mesmos indivíduos, só houve certo rearranjo. Sinto pena dos animais sem raça definida que foram comparados a esses indivíduos.
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